domingo, 24 de maio de 2015

EÓLICOS

Ela me disse que voava.
Eu não acreditei.
Não tinha tempo
Para asas e ventos.
Eles moravam
Do outro lado da curva
Onde jurei
Que não ia mais.
No entanto ela chegou
Assim de manso
Dizendo sempre sim
As marés
Aos luares
E auroras
Traçando a lápis
As rotas
Para que se fosse preciso
Apagar
Ficasse a marca fraca
Do desenho
E o caminho
Poderia ser outro
Outra flecha eólica
Alcançando
A rosa dos ventos
Os moinhos
As rodas gigantes
Os teleféricos
E tudo o mais
Que traçasse
Estradas de algodão.
Tocar os pés no chão
Seria apenas um detalhe.