domingo, 29 de março de 2015

ÁGUA DO MAR

Para Luciana Prietos, guerreira e inspiração

Chove no coração dela e nem tive tempo de dizer que no meu também. Estive ocupada com as contas compras exames e outras tantas coisas que me roubam o tempo. O tempo de beber suas palavras ou de enxugar seu suor gelado. Escuto as linhas que ela escreve. Meio como valsa fúnebre (existe isso?). As palavras me descem a garganta queimando tudo. Eu só precisava levá-la para casa e mostrar que eu não fui embora. Que permaneço firme nas intempéries. Rocha dura recebendo aberta o carinho da água do mar. Está salgada, eu sei. Talvez ela queira saber das  vezes em que engoli água também. O gosto não foi nada bom. E a sensação de faltar o ar? De estar solto, sem lugar para pisar... Mas eu mal pude dizer que sua presença me encanta. Que me encanto do mesmo jeito desde o primeiro dia. Assim como no primeiro dia. Será que ainda posso colocá-la no colo?  Ela ainda me cabe nos braços? As palavras os gestos e as asas me fogem e já não consigo trazê-la como antigamente. Trazê-la para perto. Espalhar o xampu no seu cabelo fino e escutá-la reclamar  dos olhos ardidos. Eu tenho muitos compromissos, excesso de papéis louças e varais. Não me sobrou o minuto que falta para olhá-la do jeito mais piegas do mundo: o jeito que ela espera que eu olhe: sem maquiagem, sem luvas ou Photoshop: de verdade. Mostrando- de perto- minha nítida carcaça, a parte mais crua de mim.

terça-feira, 24 de março de 2015

Mercadolivro

Hoje fui ao mercado
Acompanhada,
Mas não das meninas
Ou do marido.
Levei Rubem e Elisa.
O Rubem que era Alves.
E a Elisa que é Lucinda.
Levei os dois
Pensando nas três,
As três filas:
A fila dos frios,
Do caixa,
E do táxi.
E no lugar de zapear
No ismartifone
Decidi
Com rima pobre e tudo
Poemambular
Poemambulei
Entre pacotes de biscoitos
Iogurtes
Caixas de leite
Azeites
Sorvetes
E carnes cruas.
À espera dos meus queijos
A moça do carrinho
À frente foi dar uma volta
Pegar não-sei-o-quê
E me emprestou o dela
Pra eu me apoiar.
A mode de prosear
Mais à vontade
Parte dos planos concretos
Não deu certo
A primeira fila
Andou rápido demais
A segunda recheada 

De lacunas e licenças
E a terceira não se formou.
Deve ter sido estranho
Pra quem passava
Me ver ali, no meio daquela
Profusão de gêneros alimentícios
Alimentando minha alma
Ora ria
Ora chorava
Ora sorria
Dançando nua entre os carrinhos
Livre
Louca
Livro aberto.


Homenagem à Juracy Alarcón Chamarelli

Noite esplendorosa com amigos e família Chamarelli prestando homenagem a minha para sempre amada mestra das artes cênicas Juracy Alarcón. (Leitura dos textos que escrevi para ela)

Sede da Cia de Lobos - Andaraí - RJ - 21/03/2015

domingo, 15 de março de 2015

Encontro Poexistência (março de 2015)

 No dia 14 de março de 2015, Dia da Poesia, retornamos com nossos encontros poéticos, em grande estilo, no Maricota's Bistrô, homenageando todas as mulheres. Participei como poetisa convidada, compartilhando um pouco do meu processo de criação literária.


terça-feira, 10 de março de 2015

De manhã

De leve
A gente tece
Despedidas 
De manhã
Eu te digo
Deus te abençoe
E você diz pra mim
Que um beijo
é pouco
Eu digo mais
Um eu te amo
E você pergunta
Mais uma vez
Se é verdade mesmo
E digo de novo
E confirmo com a cabeça
E beijo de novo
E digo " vai com Deus"
De novo
Aceno sem parar 
Até o carro
Se afastar
E juro
Em rima pobre
Que não vou sossegar
Até você voltar

sexta-feira, 6 de março de 2015

Participação no Seminário "Vozes da Escola"

Participação no Seminário "Vozes da Escola" com relato de experiência do projeto "Eu leio, tu lês, ele lê", realizado pelos professores da Escola Estadual Municipalizada Oswaldo Cruz, Duque de Caxias, RJ.