quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Novo livro à venda!

Novo livro à venda!

Apenas 15,00!

Compre aqui:

Os livros serão entregues após o lançamento, previsto para dezembro.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Água quebrada

Lavar as panelas me reconciliou com a água fria. Estendi as roupas pretas e lavei os casacos do meu marido a fim de pegá-los para mim. Ele não sente frio, pensei. Os meus estão rasgados puídos, feios mesmo. Mas vou lavá-los depois para servir de dormir. Os pijamas estão caros, a energia elétrica... O combustível também. Tudo pela hora da morte. Lavei as panelas, mas o banho não encarei. Meu aquecedor está quebrado e o rapaz do conserto me deu conselho muito útil: compre outro. Mas sem grana não comprei. Ele agora só me dá água quebrada. Leio a Bíblia e lembro que há outros que nunca tiveram o prazer de um banho de água fumacenta, que embaça o basculante de tão quente. Pensei mas foi por pouco tempo. Precisava de águas e ideias quentes.  Sem chance. Dormi com as palavras gastas todas grudadas na pele.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

INCONVENIENTES

Toda loja
Tem seus segredos
Bem guardados
No fundo de algum baú
Ou gaveta.
Nesta loja não.
Os segredos se guardam
Em livros
Ou sorrisos
Sempre
Abertos.
Inconvenientes toda vida
Os vendedores
Tem suas verdades
Estampadas no rosto.
Tem uma princesa
De óculos
Bochecha
E coração fofo.
Fofo mesmo, de nuvem.
Tem uma senhora
De cabelos grisalhos
Que nunca passa
Dos vinte anos.
Um palhaço
Que é poeta
nas horas livres.
Uma rainha
Que engoliu dois ovos
Cor de rosa
Uma Rapunzel
De muitas tranças...
Mas ninguém
Pode dizer
Que não há gavetas.
Só que elas servem
Para guardar
Os NOSSOS segredos.
É recheada
De vermelhos
Narizes
Para quem quiser
Brincar
De ser feliz
De vez em quando.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

CARAMBOLEAR

Ela gosta
de carambola
porque tem
forma de estrela.
Foi a estrela
e o desejo de céu
que acendeu
o apetite
de carambola.
Será que as carambolas
têm gosto de estrela?
Quando eu abrir
verei
recheio de luz?
Carambolei.
Fiquei sem resposta.
Cintilâncias
à parte,
tentamos adivinhar
sonhando
o sabor
das carambolas.
Vamos à feira
carambolear?



domingo, 24 de maio de 2015

EÓLICOS

Ela me disse que voava.
Eu não acreditei.
Não tinha tempo
Para asas e ventos.
Eles moravam
Do outro lado da curva
Onde jurei
Que não ia mais.
No entanto ela chegou
Assim de manso
Dizendo sempre sim
As marés
Aos luares
E auroras
Traçando a lápis
As rotas
Para que se fosse preciso
Apagar
Ficasse a marca fraca
Do desenho
E o caminho
Poderia ser outro
Outra flecha eólica
Alcançando
A rosa dos ventos
Os moinhos
As rodas gigantes
Os teleféricos
E tudo o mais
Que traçasse
Estradas de algodão.
Tocar os pés no chão
Seria apenas um detalhe.




domingo, 29 de março de 2015

ÁGUA DO MAR

Para Luciana Prietos, guerreira e inspiração

Chove no coração dela e nem tive tempo de dizer que no meu também. Estive ocupada com as contas compras exames e outras tantas coisas que me roubam o tempo. O tempo de beber suas palavras ou de enxugar seu suor gelado. Escuto as linhas que ela escreve. Meio como valsa fúnebre (existe isso?). As palavras me descem a garganta queimando tudo. Eu só precisava levá-la para casa e mostrar que eu não fui embora. Que permaneço firme nas intempéries. Rocha dura recebendo aberta o carinho da água do mar. Está salgada, eu sei. Talvez ela queira saber das  vezes em que engoli água também. O gosto não foi nada bom. E a sensação de faltar o ar? De estar solto, sem lugar para pisar... Mas eu mal pude dizer que sua presença me encanta. Que me encanto do mesmo jeito desde o primeiro dia. Assim como no primeiro dia. Será que ainda posso colocá-la no colo?  Ela ainda me cabe nos braços? As palavras os gestos e as asas me fogem e já não consigo trazê-la como antigamente. Trazê-la para perto. Espalhar o xampu no seu cabelo fino e escutá-la reclamar  dos olhos ardidos. Eu tenho muitos compromissos, excesso de papéis louças e varais. Não me sobrou o minuto que falta para olhá-la do jeito mais piegas do mundo: o jeito que ela espera que eu olhe: sem maquiagem, sem luvas ou Photoshop: de verdade. Mostrando- de perto- minha nítida carcaça, a parte mais crua de mim.

terça-feira, 24 de março de 2015

Mercadolivro

Hoje fui ao mercado
Acompanhada,
Mas não das meninas
Ou do marido.
Levei Rubem e Elisa.
O Rubem que era Alves.
E a Elisa que é Lucinda.
Levei os dois
Pensando nas três,
As três filas:
A fila dos frios,
Do caixa,
E do táxi.
E no lugar de zapear
No ismartifone
Decidi
Com rima pobre e tudo
Poemambular
Poemambulei
Entre pacotes de biscoitos
Iogurtes
Caixas de leite
Azeites
Sorvetes
E carnes cruas.
À espera dos meus queijos
A moça do carrinho
À frente foi dar uma volta
Pegar não-sei-o-quê
E me emprestou o dela
Pra eu me apoiar.
A mode de prosear
Mais à vontade
Parte dos planos concretos
Não deu certo
A primeira fila
Andou rápido demais
A segunda recheada 

De lacunas e licenças
E a terceira não se formou.
Deve ter sido estranho
Pra quem passava
Me ver ali, no meio daquela
Profusão de gêneros alimentícios
Alimentando minha alma
Ora ria
Ora chorava
Ora sorria
Dançando nua entre os carrinhos
Livre
Louca
Livro aberto.


Homenagem à Juracy Alarcón Chamarelli

Noite esplendorosa com amigos e família Chamarelli prestando homenagem a minha para sempre amada mestra das artes cênicas Juracy Alarcón. (Leitura dos textos que escrevi para ela)

Sede da Cia de Lobos - Andaraí - RJ - 21/03/2015

domingo, 15 de março de 2015

Encontro Poexistência (março de 2015)

 No dia 14 de março de 2015, Dia da Poesia, retornamos com nossos encontros poéticos, em grande estilo, no Maricota's Bistrô, homenageando todas as mulheres. Participei como poetisa convidada, compartilhando um pouco do meu processo de criação literária.


terça-feira, 10 de março de 2015

De manhã

De leve
A gente tece
Despedidas 
De manhã
Eu te digo
Deus te abençoe
E você diz pra mim
Que um beijo
é pouco
Eu digo mais
Um eu te amo
E você pergunta
Mais uma vez
Se é verdade mesmo
E digo de novo
E confirmo com a cabeça
E beijo de novo
E digo " vai com Deus"
De novo
Aceno sem parar 
Até o carro
Se afastar
E juro
Em rima pobre
Que não vou sossegar
Até você voltar

sexta-feira, 6 de março de 2015

Participação no Seminário "Vozes da Escola"

Participação no Seminário "Vozes da Escola" com relato de experiência do projeto "Eu leio, tu lês, ele lê", realizado pelos professores da Escola Estadual Municipalizada Oswaldo Cruz, Duque de Caxias, RJ.



segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

De graça

Minha avó Maria tinha um jeito gratuito de amar. Não era um amor baseado em trocas ou vantagens. Não buscava no outro uma fonte de orgulho ou prêmio. Para ser amada eu não precisava ser a mais bonita, a mais inteligente, a conversa mais interessante... não precisava ter ganho troféus ou medalhas, não precisava arrumar a casa ou apresentar o trabalho mais bonito. Eu só precisava ser eu. Ela não me oferecia amor como paga de bom comportamento. Ela não pedia nada. Seu amor era de graça. Cuidava de mim antes mesmo de eu pedir.  Nunca estudou psicologia mas sabia exatamente o sentido único dos verbos cuidar e educar. Ela nunca passava sermão. Na maioria das vezes em que estávamos juntas ela contava histórias sobre o seu passado. Ou falava das novelas. (Eu acho que vem daí a minha paixão pelas narrativas) Ela sabia o valor do exemplo. E apesar de não frequentar igrejas ela vivia o evangelho, sabia que o amor de Deus é assim como o dela: nunca cobra nem exige nada, simplesmente ama. 

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Projeto: Segunda edição do meu livro "In-verso"

Amigos,
estou tentando editar pela segunda vez o meu primeiro livro In-verso. Peço a ajuda de vocês com qualquer quantia para realizar este projeto. Cada um que contribuir ganha um exemplar do livro!