quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
terça-feira, 14 de julho de 2015
Água quebrada
Lavar as panelas me reconciliou com a água fria. Estendi as roupas pretas e lavei os casacos
do meu marido a fim de pegá-los para mim.
Ele não sente frio, pensei. Os meus estão rasgados puídos, feios mesmo.
Mas vou lavá-los depois para
servir de dormir. Os pijamas estão caros, a
energia elétrica... O combustível também. Tudo pela hora
da morte. Lavei as panelas, mas o banho não encarei. Meu
aquecedor está quebrado e o
rapaz do conserto me deu conselho muito útil: compre
outro. Mas sem grana não comprei. Ele
agora só me dá água quebrada. Leio a Bíblia e lembro que há outros que
nunca tiveram o prazer de um banho de água fumacenta,
que embaça o basculante de tão quente. Pensei mas foi por pouco tempo. Precisava de águas e ideias quentes.
Sem chance. Dormi com as palavras gastas todas grudadas na pele.
sexta-feira, 10 de julho de 2015
quinta-feira, 2 de julho de 2015
INCONVENIENTES
Toda loja
Tem seus segredos
Bem guardados
No fundo de algum baú
Ou gaveta.
Nesta loja não.
Os segredos se guardam
Em livros
Ou sorrisos
Sempre
Abertos.
Inconvenientes toda vida
Os vendedores
Tem suas verdades
Estampadas no rosto.
Tem uma princesa
De óculos
Bochecha
E coração fofo.
Fofo mesmo, de nuvem.
Tem uma senhora
De cabelos grisalhos
Que nunca passa
Dos vinte anos.
Um palhaço
Que é poeta
nas horas livres.
Uma rainha
Que engoliu dois ovos
Cor de rosa
Uma Rapunzel
De muitas tranças...
Mas ninguém
Pode dizer
Que não há gavetas.
Só que elas servem
Para guardar
Os NOSSOS segredos.
É recheada
De vermelhos
Narizes
Para quem quiser
Brincar
De ser feliz
De vez em quando.
Bem guardados
No fundo de algum baú
Ou gaveta.
Nesta loja não.
Os segredos se guardam
Em livros
Ou sorrisos
Sempre
Abertos.
Inconvenientes toda vida
Os vendedores
Tem suas verdades
Estampadas no rosto.
Tem uma princesa
De óculos
Bochecha
E coração fofo.
Fofo mesmo, de nuvem.
Tem uma senhora
De cabelos grisalhos
Que nunca passa
Dos vinte anos.
Um palhaço
Que é poeta
nas horas livres.
Uma rainha
Que engoliu dois ovos
Cor de rosa
Uma Rapunzel
De muitas tranças...
Mas ninguém
Pode dizer
Que não há gavetas.
Só que elas servem
Para guardar
Os NOSSOS segredos.
É recheada
De vermelhos
Narizes
Para quem quiser
Brincar
De ser feliz
De vez em quando.
terça-feira, 16 de junho de 2015
quarta-feira, 3 de junho de 2015
CARAMBOLEAR
Ela gosta
de carambola
porque tem
forma de estrela.
Foi a estrela
e o desejo de céu
que acendeu
o apetite
de carambola.
Será que as carambolas
têm gosto de estrela?
Quando eu abrir
verei
recheio de luz?
Carambolei.
Fiquei sem resposta.
Cintilâncias
à parte,
tentamos adivinhar
sonhando
o sabor
das carambolas.
Vamos à feira
carambolear?
terça-feira, 2 de junho de 2015
domingo, 24 de maio de 2015
EÓLICOS
Eu não acreditei.
Não tinha tempo
Para asas e ventos.
Eles moravam
Do outro lado da curva
Onde jurei
Que não ia mais.
No entanto ela chegou
Assim de manso
Dizendo sempre sim
As marés
Aos luares
E auroras
Traçando a lápis
As rotas
Para que se fosse preciso
Apagar
Ficasse a marca fraca
Do desenho
E o caminho
Poderia ser outro
Outra flecha eólica
Alcançando
A rosa dos ventos
Os moinhos
As rodas gigantes
Os teleféricos
E tudo o mais
Que traçasse
Estradas de algodão.
Tocar os pés no chão
Seria apenas um
detalhe.
quinta-feira, 23 de abril de 2015
terça-feira, 21 de abril de 2015
domingo, 29 de março de 2015
ÁGUA DO MAR
Para Luciana Prietos, guerreira e inspiração
Chove no coração dela e nem tive
tempo de dizer que no meu também. Estive ocupada com as contas compras exames e
outras tantas coisas que me roubam o tempo. O tempo de beber suas palavras ou
de enxugar seu suor gelado. Escuto as linhas que ela escreve. Meio como valsa
fúnebre (existe isso?). As palavras me descem a garganta queimando tudo. Eu só
precisava levá-la para casa e mostrar que eu não fui embora. Que permaneço
firme nas intempéries. Rocha dura recebendo aberta o carinho da água do mar.
Está salgada, eu sei. Talvez ela queira saber das vezes em que engoli
água também. O gosto não foi nada bom. E a sensação de faltar o ar? De estar
solto, sem lugar para pisar... Mas eu mal pude dizer que sua presença me
encanta. Que me encanto do mesmo jeito desde o primeiro dia. Assim como no
primeiro dia. Será que ainda posso colocá-la no colo? Ela ainda me cabe nos braços? As palavras os
gestos e as asas me fogem e já não consigo trazê-la como antigamente. Trazê-la para
perto. Espalhar o xampu no seu cabelo fino e escutá-la reclamar dos olhos
ardidos. Eu tenho muitos compromissos, excesso de papéis louças e varais. Não
me sobrou o minuto que falta para olhá-la do jeito mais piegas do mundo: o
jeito que ela espera que eu olhe: sem maquiagem, sem luvas ou Photoshop: de
verdade. Mostrando- de perto- minha nítida carcaça, a parte mais crua de
mim.
terça-feira, 24 de março de 2015
Mercadolivro
Hoje fui ao mercado
Acompanhada,
Mas não das meninas
Ou do marido.
Levei Rubem e Elisa.
O Rubem que era Alves.
E a Elisa que é Lucinda.
Levei os dois
Pensando nas três,
As três filas:
A fila dos frios,
Do caixa,
E do táxi.
E no lugar de zapear
No ismartifone
Decidi
Com rima pobre e tudo
Poemambular
Poemambulei
Entre pacotes de biscoitos
Iogurtes
Caixas de leite
Azeites
Sorvetes
E carnes cruas.
À espera dos meus queijos
A moça do carrinho
À frente foi dar uma volta
Pegar não-sei-o-quê
E me emprestou o dela
Pra eu me apoiar.
A mode de prosear
Mais à vontade
Parte dos planos concretos
Não deu certo
A primeira fila
Andou rápido demais
A segunda recheada
De lacunas e licenças
E a terceira não se formou.
Deve ter sido estranho
Pra quem passava
Me ver ali, no meio daquela
Profusão de gêneros alimentícios
Alimentando minha alma
Ora ria
Ora chorava
Ora sorria
Dançando nua entre os carrinhos
Livre
Louca
Livro aberto.
Acompanhada,
Mas não das meninas
Ou do marido.
Levei Rubem e Elisa.
O Rubem que era Alves.
E a Elisa que é Lucinda.
Levei os dois
Pensando nas três,
As três filas:
A fila dos frios,
Do caixa,
E do táxi.
E no lugar de zapear
No ismartifone
Decidi
Com rima pobre e tudo
Poemambular
Poemambulei
Entre pacotes de biscoitos
Iogurtes
Caixas de leite
Azeites
Sorvetes
E carnes cruas.
À espera dos meus queijos
A moça do carrinho
À frente foi dar uma volta
Pegar não-sei-o-quê
E me emprestou o dela
Pra eu me apoiar.
A mode de prosear
Mais à vontade
Parte dos planos concretos
Não deu certo
A primeira fila
Andou rápido demais
A segunda recheada
De lacunas e licenças
E a terceira não se formou.
Deve ter sido estranho
Pra quem passava
Me ver ali, no meio daquela
Profusão de gêneros alimentícios
Alimentando minha alma
Ora ria
Ora chorava
Ora sorria
Dançando nua entre os carrinhos
Livre
Louca
Livro aberto.
Homenagem à Juracy Alarcón Chamarelli
Noite esplendorosa com amigos e família Chamarelli prestando homenagem a minha para sempre amada mestra das artes cênicas Juracy Alarcón. (Leitura dos textos que escrevi para ela)
Sede da Cia de Lobos - Andaraí - RJ - 21/03/2015
domingo, 15 de março de 2015
Encontro Poexistência (março de 2015)
terça-feira, 10 de março de 2015
De manhã
De leve
A gente tece
Despedidas
De manhã
Eu te digo
Deus te abençoe
E você diz pra mim
Que um beijo
é pouco
Eu digo mais
Um eu te amo
E você pergunta
Mais uma vez
Se é verdade mesmo
E digo de novo
E confirmo com a cabeça
E beijo de novo
E digo " vai com Deus"
De novo
Aceno sem parar
Até o carro
Se afastar
E juro
Em rima pobre
Que não vou sossegar
Até você voltar
A gente tece
Despedidas
De manhã
Eu te digo
Deus te abençoe
E você diz pra mim
Que um beijo
é pouco
Eu digo mais
Um eu te amo
E você pergunta
Mais uma vez
Se é verdade mesmo
E digo de novo
E confirmo com a cabeça
E beijo de novo
E digo " vai com Deus"
De novo
Aceno sem parar
Até o carro
Se afastar
E juro
Em rima pobre
Que não vou sossegar
Até você voltar
segunda-feira, 9 de março de 2015
sexta-feira, 6 de março de 2015
Participação no Seminário "Vozes da Escola"
Participação no Seminário "Vozes da Escola" com relato de experiência do projeto "Eu leio, tu lês, ele lê", realizado pelos professores da Escola Estadual Municipalizada Oswaldo Cruz, Duque de Caxias, RJ.
domingo, 1 de março de 2015
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
De graça
Minha avó Maria tinha um jeito gratuito de
amar. Não era um amor baseado em trocas ou vantagens. Não buscava no outro uma
fonte de orgulho ou prêmio. Para ser amada eu não precisava ser a mais bonita,
a mais inteligente, a conversa mais interessante... não precisava ter ganho troféus
ou medalhas, não precisava arrumar a casa ou apresentar o trabalho mais bonito.
Eu só precisava ser eu. Ela não me oferecia amor como paga de bom
comportamento. Ela não pedia nada. Seu amor era de graça. Cuidava de mim antes
mesmo de eu pedir. Nunca estudou psicologia mas sabia exatamente o
sentido único dos verbos cuidar e educar. Ela nunca passava sermão. Na maioria
das vezes em que estávamos juntas ela contava histórias sobre o seu passado. Ou
falava das novelas. (Eu acho que vem daí a minha paixão pelas narrativas) Ela
sabia o valor do exemplo. E apesar de não frequentar igrejas ela vivia o
evangelho, sabia que o amor de Deus é assim como o dela: nunca cobra nem exige
nada, simplesmente ama.
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Projeto: Segunda edição do meu livro "In-verso"
estou tentando editar pela segunda vez o meu primeiro livro In-verso. Peço a ajuda de vocês com qualquer quantia para realizar este projeto. Cada um que contribuir ganha um exemplar do livro!
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